Lá estava eu e a Laura no banco de trás do carro, enquanto o Émerson dirigia.
Laura tinha aberto uma caixinha de água de côco, que tanta ama tomar, desde bebê. Ao provar, fez uma careta e me disse: "Mãe, essa água de côco está velha".
Provei e a água de côco estava ótima. Falei para ela continuar tomando, e que este gosto diferente era porque ela acabara de chupar uma bala doce, que alterou seu paladar.
Foi quando ela olhou para mim e perguntou: "VOCÊ TEM CERTEZA MAMÃE?"
Paralisei e disse que sim, que eu tinha certeza. Então, ela tomou a água...
É engraçado que aos poucos, nossas palavras deixarão de ser verdades absolutas para nossos filhos.
Bom, pequenos ensinamentos como "comida quente pode queimar a boca" ou "se você continuar pulando desse modo em cima da cama, pode cair" já foram testados pela Laura e eu sempre tive razão.
Neste sentido, sempre fui sua órbita, seu mundo. Mas, em alguma situação, que eu não tenha percebido, Laura percebeu. Percebeu que sou humana, que tenho dúvidas, que erro...
E agora, esse pingo de gente já me questiona se eu tenho certeza, pasmem!
Mesmo sem dons paranormais ou bola de cristal, prevejo os embates da adolescência, afinal, Laura sempre foi tão independente e não gosta de receber ajuda... provavelmente no auge da sua juventude se sentirá unipotente, tô vendo tudo...
Hunpf